Ainda tenho todas aquelas cartas que vinha escrevendo a muito tempo. Cartas que nunca tive um endereço certo para enviar. Alguém me presenteia com um catálogo de endereços surreais? Acho que encontraria nesse catálogo a caixa-postal para enviar minhas cartas, tendo a certeza de que seriam lidas por olhos desconhecidos, mas olhos que seriam capazes de realmente me entender. Eu me vi no espelho hoje, meu cabelo não aparentava estar ressecado como da última vez que o vi, minha aurea estava tão vibrante. As longas noites de sono me deixam assim. Agora olhos abertos por muito tempo, expostos a essa poluição me deixa cansado, sabe? Eu pensei em escrever um livro, mas não tenho fantasias suficientes na cabeça para criar uma boa história. Eu pensei em ler outros livros, mas meus pés andam cravados nessa superfície que minha falta de imaginação não me deixa ler mais de 2 ou 3 páginas. No fim de noite eu desligo a luz e ligo a TV e programo para que desligue após 15 minutos, porque antes do término do tempo já estou a dormir. Queria ter aquelas visões com o corpo ainda lúcido que tive, umas duas vezes quando me deitei pra dormir. Uma cafeteria numa cidade distante, numa parede de vidro dela, o reflexo de alguém. Lembro da outra vez, que uma sombra escura tentou penetrar meu corpo, mas que se desmanchou em num tom de verde limão e me levou a um laboratório cheio de pessoas desconhecidas. Não precisei acordar porque não era sonho, minha cabeça em cima do meu travesseiro, olhos a ver o reflexo de um outro mundo. Mas do que adianta tentar explicar, sendo que ninguém vai entender. Continuarei a escrever minhas cartas. Cartas que um dia alguém irá receber, só preciso um endereço encontrar. Mas encontrar um endereço surreal me parece ser tão díficil. O que me sobra é aquela frase: "Nada é impossível, basta acreditar". E eu acredito.
sábado, 13 de fevereiro de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário